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Com a devida vénia ao Jornal de Abrantes, edição de dezembro de 2013 >
Entrevista por Hália Costa Santos, pag. 2
Entrevista por Hália Costa Santos, pag. 2
Manuel Traquina (ex-Fur Mil Mec Aurro, da CCAÇ 2382, Buba, 1968/70), que vive em Abrantes [, foto atual, à direita]
Amigo Luís,
Agradeço esta publicação.
Estou certo que muitos se recordam de enfermeiro Bragança.
Um abraço.
Traquina
2. Os Nossos Enfermeiros > O Enfermeiro Bragança
Muitos daqueles que nos anos
70/72 passaram pelo hospital militar 241 em Bissau, decerto lembram o Primeiro
Sargento Enfermeiro José Bragança Ferreira.
Agora com 86 anos, reside nesta
cidade de Abrantes, exercendo a sua actividade como voluntário em várias
instituições (Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes, Centro Social Interparoquial de Abrantes, entre outras).
O Rotary Club de Abrantes, no ano de 2013, decidiu homenageá-lo como
o “Profissional do Ano”. É conhecido na cidade como o "enfermeiro Bragança". Ver aqui entrevista dada então ao "Jornal de Abrantes", em dezembro de 2013.
O enfermeiro Bragança, depois de uma comissão em Angola
e outra em Moçambique (onde nasceu um dos seus filhos), viria a ser colocado no
Hospital Militar de Bissau [HM 241] (1970/72).
No jantar realizado em sua homenagem, referiu-se
àqueles anos passados no HM 241, como sendo o ponto alto da sua carreira.
Colocado nas enfermarias de Cirurgia A e 2, onde era responsável por 40 doentes, recorda que de um modo geral não tinha horário,
tudo dependia do número de sinistrados que os helicópteros ali “descarregavam”,
quase sempre com diagnósticos “poliestilhaçados”, outros amputados e alguns até
com perda de visão.
Recorda que por vezes era chocante ver o militar da cama ao
lado a ler a carta da família ao amigo que tinha acabado de perder a visão em combate.
Segundo a sua opinião, naqueles anos aquele hospital possuía a melhor aparelhagem
hospitalar e, também o melhor pessoal médico e de enfermagem, pelo que qualquer
militar gravemente ferido ansiava por ser evacuado, pois sabia que naquele
hospital poderia estar a sua salvação. Em caso de evacuação Ypsilon, dizia-se ou pensava-se: "Se chegar ao hospital vivo, já não morro".
Recordamos que as evacuações no interior da Guiné por vezes não eram
fáceis, no período nocturno era quase impossível, de um modo geral os helicópteros
de noite não tinham condições e, por vezes também o terreno e o clima
condicionavam as evacuações.
A todos aqueles que com ele trabalharam e também
aqueles a quem prestou os seus cuidados, ele envia um grande abraço.
Manuel Traquina
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Nota do editor:
Último poste da série > 29 de julho de 2013 > Guiné 63/74 - P11879 Os nossos enfermeiros (10): Tenho uma dívida de gratidão para com o fur mil enf Moita, da CART 1745, que tratou do corpo do meu infeliz 1º cabo enf Louro, o João Batista da Silva, o Louro, natural de Louro, Vila Nova de Famalicão, morto em combate em 21/9/1968, em Talicó, Sambuiá (Adriano Moreira)